Di Cavalcanti Óleo sobre tela (1949) |
Se for pra ir de qualquer jeito, nem vou.
Se for pra fazer de conta, nem faço.
Se for pra fazer guerra, faço amor.
Se for pra ser nó, eu sou laço.
Se não tiver emoção, perco a razão.
Se não puder sonhar, nem realizo.
Se for só cabeça, sou coração.
Se não puder criar, improviso.
Se for pra rotular, caio fora.
Se for pra me calar, eu grito.
Se me sufocar, vou embora.
Se for pra ser vazio, sou infinito.
Se for pra impor, eu me oponho.
Se for pra atacar, me defendo.
Se for pesadelo, eu sonho.
Se for só promessa, surpreendo.
Se for indiferente, sou sensível.
Se for pra ser árida, sou fecunda
Se for banal, eu sou incrível.
Se for superficial, sou profunda
Se for apenas metade, eu sou inteira.
Se for realidade, sou pura utopia
Se for miragem, sou verdadeira
Se for só luta, sou também poesia
Goreth Pimentel é professora e poetisa
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