Antonio Cícero - Foto: Bárbara Lopes |
Por Gabrielly Frutuoso
Tomou-me de assalto a triste notícia da morte de Antonio Cícero, formidável compositor, filósofo e poeta. Esta é a primeira semana do mundo sem a claridade de seu pensamento. O imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) subiu aos céus, muito embora ele mesmo não cresse nisso, sendo, pois, ateu. No exato segundo em que meus olhos se depararam com a manchete do jornal, fui consumida por um estranho vazio e um silencio sufocante, como se tivesse perdido um estimado amigo, um velho conhecido. Não deixa de ser. “Quando morre um poeta, todos choram”, diz o samba de Nelson Cavaquinho.
Nos dias que antecederam tal fato, estive obcecadamente debruçada sobre seus artigos publicados na Revista Brasileira, periódico da ABL, bem como em seu blog ‘Acontecimentos’, sem conseguir parar de ler. No entanto, minha relação com o erudito poeta, mágico das palavras, começou bem antes disso, já que era ele o nome por trás das canções de sua irmã, Marina Lima, que foram pano de fundo de muitas noites.